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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos

SOU TAMBÉM DE MEUS SERTÕES

SOU TAMBÉM DE MEUS SERTÕES

 

Andando sob o Sol e a lua,

Ardi e também tive a brisa,

Enquanto sou a verdade nua,

Do mundo que não tem divisa.

 

Voando eu sou até cacatua,

Embora seja mais um condor,

Olhando como o vento atua,

Sobre as nuvens do equador.

 

Meu mundo não tem muralha,

E meu quintal é sem cerca,

Pois me vejo pelo Valhala,

Como em ruas onde me perca.

 

Já andei pela Via Ápia,

Nos tempos de minha alma,

Como o vento numa harpa,

Tendo o som que me acalma.

 

Sou do tempo das cavernas,

Mas também de meus sertões,

Fui taifeiro em caravelas,

Vim de Angola e li Camões.

 

Admiro as muralhas da China,

Ao contrário das de Adriano,

Pois a Ásia é minha piscina,

Como berço do credo humano.

 

Quero o mundo como uma casa,

Onde a mesa chama as famílias,

Com as caras feitas na brasa,

Ou corpos gestados em trilhas.

 

Mas o único inimigo presente,

É a morte sem ter um herdeiro,

Pois a vida será tão ausente,

Quando o dia for de desespero.

 

Ser eterno é se perpetuar,

E demanda juntar os gametas,

Como o terno que devo usar,

Numa festa contando cometas.

 

Nosso corpo tem a cor do Sol,

De acordo com local e clima,

E é esse o melhor girassol,

Que define a nossa melanina.

 

E por isso sou grego/africano,

No sacrilégio de me deificar,

Pois reflito meu gozo humano,

Vinculando trejeitos de amar.

Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 11/07/2022
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