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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos

AS CORRENTES AFUNDAM O BRASIL

AS CORRENTES AFUNDAM O BRASIL

 

Até quando houver um superior,

Tudo aqui vai ser uma masmorra,

Ou ainda estiveres sob o pretor,

Desde quando ainda não morras.

 

A tutela do Estado é disfarce,

Para aqueles que se locupletam,

Onde as cores maquiam as faces,

Dos algozes que se manifestam.

 

Foi assim desde as caravelas,

Na voz de Pero Vaz de Caminha,

Que falou, dentre suas novelas,

Que se pode plantar, ó mainha!

 

Mas se esquecem que derrubaram,

Em um tempo que não se plantou,

Pau-Brasil foi o que levaram,

Dando espelhos a quem enganou.

 

Mas se não lhes foi suficiente,

Quiseram tudo sob e sobre o solo,

E como índios não são serventes,

Sobrou ao preto morrer sem colo.

 

Desterrados, por serem os bichos,

E ainda dizem que não tinham alma,

Com o chicote a jogar-lhes ao lixo,

Entre a cama do coito e a senzala.

 

A preta só serviu de ama de leite,

Enquanto o preto empalou a Sinhá,

Tudo isso ao servir de deleite,

Ou os lusos dissessem: Ó, pá!

 

Mas o nosso patrão não reconhece,

Que as correntes afundam o Brasil,

Se o trauma é de quem não esquece,

Pois aqui tudo é prece ou fuzil.

 

Querem que a fé lhes perdoe,

Mas são cicatrizes de um frio,

Onde o grito só fere onde dói,

Até quando a vida é um vazio.

Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 07/07/2022
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