A VIDA DE OUTRORA E O AMANHÃ
Em toda nação há sempre o campo,
Senão só haveria a cidade-estado,
E as muralhas dos quatro cantos,
Só serviriam ao medo escrachado.
Seria precioso saber onde ir,
Pois a pátria requer comunhão,
Mas isso denota não subtrair,
A paz que, à mesa, traz união.
Quando a partilha unir os clãs,
E nossas culturas sejam gentis,
Todos os lares verão as manhãs,
Com a esperança que nos condiz.
Mas nunca planejem ter guerras,
Pois o respeito deve ser regra,
E, ao vender, faça as entregas,
Sendo a verdade que hoje prega.
Ser autêntico expõe a virtude,
Mas ser respeitoso é salutar,
E não precisa mudar de atitude,
Quando tu fores também passear.
Em cada lugar o costume difere,
Então, imagine a vida de outrora,
Onde nem sabiam da faca que fere,
E só aguardavam o leão ir embora.
Comíamos a carne crua e putrefa,
Não tinha-se fogo ou especiarias,
Sozinho a cumprir a louca tarefa,
Lá se viveu de comer porcarias.
De dia era a caça ou a pesca,
Pois não falávamos no silêncio,
E quando agia só com a pressa,
A dor e o sofrer eram intensos.
Nós fomos os primatas de sorte,
Quando acertamos ser hominídeos,
Mesmo que o Cosmo não se importe,
Pois nosso tempo é tão resumido.
Sempre queremos ser algo eterno,
Mas nossos dias são só segundos,
E as estrelas não vivem de terno,
Pois sua beleza é a luz do mundo.
Quando soubermos ser continuidade,
Nós amaremos também nossos filhos,
E não teremos vergonha da idade,
Se a vaidade não serve de trilho.
O nosso trem será de estações,
Onde estarão nossos descendentes,
Até quando houver mais verões,
Ou não tendo razões pretendentes.
Mas se faltarem colo e paz,
Não haverão mais as manhãs,
Enquanto a noite se desfaz,
Sem o dia de hoje e amanhã.