ANARQUIA NÃO CUMPRE PROMESSAS
A humanidade vive só de anarquia,
Desde que aprendeu a falar e andar,
E querem ser deuses em sua agonia,
Mas é escrava da sela ao montar.
Ela não entende porque existimos,
E nem mesmo esqueceu ou não sabe usar,
Algo é gravado, mas onde não vimos,
Tudo nos fótons que estão a vagar.
Quem dera pudessem usar o que tem,
Mas isso não pode, se não são Deus,
E como já disse às Lucys de alguém,
Somente o sofrer não me faz ateu.
Pois hoje a matéria e a cibernética,
Impõe que sejamos somente um cálculo,
E se fosse renal ou com dor poética,
Seria tão fácil, ser alguém no palco.
Mas nada adianta, se somos tão breves,
Na borda do tempo ou no eixo da roda,
Enquanto há quem rejeite ter greves,
Pois caem na lábia do cara que goza.
Até nossos dias ainda aprendemos,
Por nunca sabermos que somos iguais,
Pois as fantasias com que nos vemos,
Importa a etnia e em termos morais.
Mas sempre esquecem de reis e heróis,
Que lhes inventaram pra justificar,
As bragas nas pernas e até os ceróis,
Que cortam a garganta de quem avançar.
Por isso, quem planta não é quem come,
E quem inventa algo não vive pra ter,
Aquele que ensina é o que passa fome,
Pois temos carrascos a nos prometer.
Mas eles não cumprem suas promessas,
Pois vendem ilusões a quem precisar,
São sempre bons em todas conversas,
Nos dando senzalas, a só nos roubar.
Se dizem o meu peso só em arrobas,
E falam que as armas são para viver,
Eles não comem do lixo e das sobras,
Pois não sofreram pra se arrepender.
Sempre tiveram o luxo e o fausto,
Por isso se acham seres imortais,
Mas chegarão dias sem mel e pasto,
E será tarde pra quem quer demais.