NAS LUAS... NAS RUAS!
Nas minhas viagens etéreas,
Estive nas luas de kripton,
E vi quem responde por elas,
Só porque seus gnomos meditam.
Não tenho ilusões de ser uno,
Pois sei do poder do Universo,
Ou não terei o gás de netuno,
Mesmo ao socorro de um verso.
Que pensa ser homem não sabe,
Ser, antes de tudo, a mulher,
O que não impede a quem sabe,
Poder ser o que bem quiser.
Por isso, nas ruas do Egito,
Tivemos Cleópatra e o trigo,
Mas isso não seca meu Nilo,
Nem diz se na paz é que brigo.
Não sei o porquê de ter pragas,
Ou mesmo se tudo é dos ciclos,
Até quando o inverno separa,
O tempo da flor e dos cílios.
Desde que eu tenho os verões,
Os quais viram as primaveras,
Foi para ter frutos e pães,
Senão a formiga não espera.
Somente no inverno me calo,
Nas gripes que trazem espirros,
Mas escrevo, enquanto não falo,
Até sobre os nimbos e cirros.
Me deixo levar pelo vento,
No pó que disfarça meu corpo,
Pois serei pra sempre advento,
Enquanto em meu giro absorto.
Só entre essas luas e as ruas,
Há casas, mas também há ossos,
Por onde as corujas estão nuas,
E os seus segredos são nossos.