A VIDA É SINA OU SORTE
Quando o fogo fátuo atua,
Será consequência da morte,
Mas se a chuva vem com a lua,
Pode ser que traga a sorte.
Quando eu ouço uma araponga,
Sinto estalos e penso agudo,
E se alguém se diz araponga,
Perco a liberdade se escuto.
Tudo nesse mundo é possível,
Até mesmo um beijo de Judas,
Pois se algo não for visível,
Talvez seja como nas lutas.
No passado eu vi o telequete,
Como eu assisti muitos filmes,
Lá eu via sempre a claquete,
E artistas sendo invencíveis.
Tudo passa com muitas cenas,
Mas a foto nem sempre eu vejo,
Se os filmes mostram apenas,
O que não é sobra de queijo.
Querem só nos fazer crentes,
Com as ilusões de verdades,
Mas no chão que há serpentes,
Só há mal ou traz falsidades.
Alguns querem ter de tudo,
E se acham com esse direito,
Pois os reis querem seu luto,
Mesmo que morram sem leito.
Dou meu reino por um cavalo,
Me disseram antes da morte,
Esquecendo o que lhes falo,
De que vida é sina ou sorte.
Digo isso pautado em lutas,
De quem pretendeu conhecer,
Desde quando viveu na labuta,
E morreu sem nunca vencer.
Os donos de instantes do mundo,
Sonham ser donos do Universo,
E não sabem do abismo profundo,
Pois a vida se finda num verso.
Como a lápide tem frase escrita,
Cada boca tem um último suspiro,
Porque areia tem seu dia de brita,
E estou vivo, pois ainda respiro.