DEZOITO NO QUARTO
Foi no dia dezoito de abril,
Mas eu nem mesmo sabia,
Que Monteiro Lobato surgiu,
E foi quando eu não havia.
Mas é deste jeito o mundo,
Onde alguém vem ou vai,
Desde quando há vagabundo,
E sempre o poeta é que cai.
Sempre há formiga e folha,
Mas também cigarra e verão,
E o trabalho é uma escolha,
Mas há quem cante emoção.
Se pra uns poema é desleixo,
Outros vêem sonhos no livro,
Pois riqueza serve ao anseio,
Mas viver de amor eu prefiro.
Com o amor eu crio respeito,
Pois só o trabalho é um vazio,
E a fraternidade é o conceito,
Que nos une à terra e ao rio.
Não só adianta o alimento,
Se nem só de pão viveremos,
Pois ocorre o tempo e o vento,
E nos levam a folha que temos.
Seremos só troncos e galhos,
Quando não regamos a alma,
E desnudos somos frangalhos,
Tão cansados e sem ter calma.
Mas o quarto mês vem lembrar,
Desde quando o outono prepara,
O que Mãe Gaia vai celebrar,
Pois o fruto semeia a seara.
E a maioridade é dezoito,
Mas além do forte é a data,
Onde nasce o sonho maroto,
Das crianças em serenata.
Gosto de lembrar quem merece,
Pois serei eterno se lembras,
E por isso os poetas carecem,
Da leitura que tu recomendas.