NUMA FEIRA TEM BRIGA
O Sol me queima a pele,
Mas também é vitamina,
Até quando a faca fere,
Numa feira que termina.
Lá tem briga no mercado,
Entre um gato e o peixeiro,
Que não vão pro juizado,
Porque a fome é desespero.
O açougueiro ali me disse,
Que eles não se dão jamais,
Pois é resto da imundice,
Que não limpa com jornais.
Quem jogou em mar aberto,
Foi a sereia quem induziu,
Até quando o tempo é certo,
Pois o peixe lá surgiu.
E o caranguejo só reclama,
Que alguém roubou no bar,
Mas lagosta tem a fama,
Pra ser prato de um jantar.
Mesmo assim vou à praia,
Para o Sol me castigar,
E uma moqueca de arraia,
Vez em quando ir provar.
Mas tem feira de barraca,
Na Bahia ou no Amapá,
Onde o peixeiro tem faca,
Para os peixes ir tratar.