O VELHO, O TIJOLO E A CURA
Todo velho guarda a saudade,
Seja do clã, da casa ou escola,
Mas seus dias em cada cidade,
Podem ser fruto só da esmola.
Ter certezas é só para o hoje,
Desde quando nos falta amanhã,
E saber que nem tudo se pôde,
É não ser o cipó de Tarzan.
Não saber estar capacitado,
Nos cobra buscar e aprender,
Mas o todo desse aprendizado,
Valerá se não for só vender.
O que Deus nos dá de graça,
Não tem preço ao se merecer,
E nos cobra sentar na praça,
E sentir, sob o Sol, seu poder.
Ser alguém que partilha o pão,
Dá bom viço ao jardim de Javé,
Pois a vida é mais que ilusão,
E requer ser exemplo ou Noé.
Resguardar vidas do amanhã,
É o respeito a quem veio antes,
Pois longevo será o seu clã,
Se o louvor for a cada instante.
Todos somos aqui necessários,
Como tijolos da casa erguida,
E por isso não seja um corsário,
Para ser cura de cada ferida.