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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos

NÃO ERA HAMBURGUER

NÃO ERA HAMBURGUER

 

Os tempos da infância se foram,

Mas tem dias que não esqueço,

Pois quando as crianças valoram,

É porque não podem ter preço.

 

A vida era campo ou comércio,

Embora um menino não mente,

E foi sacaneada em seus versos,

Que a infância morreu recorrente.

 

Nesses dias não tinha brinquedo,

Com a escola mesclada ao labor,

Mesmo sendo a cena do medo,

Do que nem se dava ao valor.

 

Trabalhar sem dinheiro e carteira,

Era a coisa normal dos tempos,

E doente só tinha a liteira,

Se quisesse o afago dos ventos.

 

Nesse tempo a comida só vinha,

Enlatada por sonho ou cinema,

E não era hamburguer que havia,

Mas quitute que não vale a pena.

 

As pessoas sofriam com a fome,

Ao se andar léguas pro trabalho,

Sem saber qual o dia e seu nome,

Como planta a viver sem orvalho.

 

Não se tinha o direito de ler,

Nem ter casa ou um quebra galho,

Mas somente um xadrez a prender,

Pois o outro é tempero sem alho.

 

Hoje eu sei do engodo e ilusão,

Que chegava na cena do ianque,

Com cigarro, cowboy e blusão,

E o esgoto fedendo o palanque.

 

Dominaram a política e o quepe,

Cozinharam o Brasil num espeto,

Se o ricaço daqui é um moleque,

Que não pode ser gente no gueto.

Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 14/03/2022
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