FASCISMO OU FISSÃO
FASCISMO OU FISSÃO
Nesses dias de pranto,
Onde tudo é ódio ou ter,
Eu ainda quero o canto,
Da coruja e o seu saber.
Ela tem o dom e vivência,
Com as noites e o luar,
Onde vê a nossa demência,
Quando tudo é para matar.
Mas ainda há pirilampos,
A dizer que a fé é amar,
Como os lírios nos campos,
Demonstram a vida sem par.
Mas se explodem a bomba,
E for nela a fissão nuclear,
Temo o fim que nos assombra,
Sem o céu de estrelas no ar.
Será tudo coberta e fumaça,
Sem poder até respirar,
Será ruína de tudo na praça,
E morrer sem festa no bar.
De que vale ter queijo e vinho,
Se eu morro antes do jantar,
Ou ter realejo e um carinho,
Sobre a lápide longe do mar.
Se não posso molhar os pés,
Caminhando na areia do mar,
De que vale o odor das marés,
Ante o fogo de tudo a queimar.
Só assim, acordo tremendo,
Pois não sei se é realidade,
No sonho de estar morrendo,
Ou perdendo a felicidade.
Meu nojo é termos fascismo,
Em um mundo tão fácil de ter,
Onde não quero ver egoísmo,
Só partilha do que há de ser.
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 05/03/2022