INVEJAS DA VIDA
Só há uma vida,
Ao menos pra ti,
A qual é sentida,
Até se não te vi.
Mas houve mil vidas,
Além do que me vi,
E mais do que digas,
Por não estar ali.
Minha vida se cabe,
Como ser um colibri,
Pairando num baile,
Da flor que nasci.
Mas vivo é quem vale,
E foi o que mais senti,
Porque é um detalhe,
Que não sei se curti.
Pois vidas se calam,
Em um breve partir,
Que tanto resvalam,
Nos livros que eu li.
E o mesmo resguardo,
Fez um monge fugir,
Pois lá foi meu quarto,
Quando não fico aqui.
São invejas da vida,
Pois não me decidi,
Se sou dor ou ferida,
Quando verso pra ti.