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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos

NAS NOITES DE REALIDADE

NAS NOITES DE REALIDADE

 

Eles cantavam nas noites,

Em meio ou fins de semana,

Enquanto os ricos passeiam,

Deixando pra eles, bananas.

 

Ter grana depõe o respeito,

Se é fácil ver Copacabana,

Mas algo não está bem feito,

Entre mansões e as cabanas.

 

Tudo é contraste no esgoto,

Que tem pobre sob a calçada,

E o rico é o sorriso maroto,

Que escarra o pobre na cara.

 

Vivemos o fim do humanismo,

Cunhando moedas e fardas,

Pois tudo se faz mecanismo,

Na alcunha de contos de fadas.

 

Nos fazem crer na bondade,

Com estórias de carochinha,

Mas crua é nossa realidade,

Que mascara a pura cozinha.

 

A fome vem com mesa farta,

E os ricos têm o que roubam,

Só o pobre quer tudo de graça,

Mas trigo e vinho não sobram.

 

Só assim as guitarras sibilam,

O rock de uísques tão caros,

E os corpos no chão denunciam,

As mortes e açoites nos bairros.

 

Vivemos de luxo e favelas,

Contrastes do que não tolero,

Nos retratos de antigas vielas,

Que separam o leigo do clero.

 

Por isso o artista é morto,

Desde que cantou o que sabe,

E foi logo expulso do porto,

Pois naquele iate não cabe.

Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 10/02/2022
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