VOAR E SENTIR-SE LAGARTA
Aquele que almeja voar,
Precisa sentir-se lagarta,
Porque um casulo é sonhar,
No jogo de vida que falta.
Mas esse voar não liberta,
Pois a fonte de néctar chama,
E a flor que perdura aberta,
É aquela que sempre reclama.
Reclama de amor e carinho,
E ter quem lhe dê acolhida,
Igual à donzela com o vinho,
Que dá o valor que convida.
Mas quando é uma crisálida,
A beleza só quer se nutrir,
Sabendo que não será válida,
A flor que não faça sorrir.