ESTRADA E ALIANÇA
Toda vez que vou pela estrada,
Não espero quedar nas barreiras,
Que deviam estar consertadas,
Por quem foi anteontem à feira.
Não desejo dormir em Belém,
Mas Herodes vai sempre forçar,
E enquanto ele for só desdém,
Nossa vida será de arriscar.
Até hoje nós temos os Herodes,
Como há Hitler e até Erdogans,
E exige não sermos só bodes,
Nos conflitos de cada manhã.
O menino nasceu e mostrou,
Novo jeito de ser e de amar,
Nas palavras que ele deixou,
Acalmando o vento e o mar.
E por isso eu serei andorinha,
Gotejando no incêndio que há,
Pois assim descrevo as linhas,
Que nivelam o meu navegar.
E em cada mudança do vento,
Eu renovo a minha esperança,
Sendo apenas um mandamento,
Pela paz como justa aliança.