DIMENSÕES EM BRAVURA INDÔMITA
Tudo diz que haverá amanhã,
Mas antes de hoje há ontem,
E tudo depende da luz da manhã,
Com a tarde ou noite que vem.
Mas eu sei que tudo termina,
Para que venha o recomeço,
Se até a estrela mais linda,
Só mostra a luz do começo.
Mas aqui a distância encoraja,
A buscar tudo que tenha preço,
Na idéia que o caro não falha,
Ou que tudo já tenha endereço.
Acontece que aqui não se guarda,
Porque a alma é da imensidão,
E a Terra é um passo ou jornada,
Que se mostra nessa dimensão.
E se quero prever meu futuro,
Devo ter o respeito e empatia,
Tolerando não ver no escuro,
Pois na luz haverá sintonia.
Tudo é ciclo e repete seu giro,
Mesmo quando a tinta mudar,
E a cor não servir de suspiro,
Mas depende de como andar.
Chegará o momento preciso,
Que exige ser ilha ou ser mar,
E nos cobra viver por motivo,
Não apenas para respirar.
Pois nós somos como enzimas,
Ou o tormento da ogiva atômica,
Porque somos capazes de rimas,
Ou um louco em bravura indômita.