HUMANO, MAS BICHO!
Ser humano, mas ser bicho,
Me faz escolher.
Sendo voz e não esguicho,
A garganta é pra dizer.
Serei tudo que disfarça,
Pois não sei andar na praça,
Sem bares,
Sem trama,
Covarde e sacana.
…
Certo dia vejo um lixo,
Com uma mulher,
Junto a ela era fuxico,
Por nem ser quem quer.
Era louca tempestade,
Bem no meio da cidade,
Dos ricos,
Tão loucos,
Dos bichos,
Já poucos.
…
Já não somos mais humanos,
Muito menos sendo bichos,
Somos tudo que é profano,
Que no fim é o lixo.
Somos tudo, somos nada,
Somos boi na invernada,
Sofrendo,
Mugindo,
Correndo,
Pastando.
…
Só queria ser estrela,
Mas só sei como não sê-la,
E deveria ser pirraça,
Mas só sei ser a vidraça,
Onde o plano sai voando,
Pois são livros e a traça,
No espaço,
Nas nuvens,
Ou na senzala,
Que se insurge.
…
Continuo a ser um bicho,
Pois prefiro até ser nada,
Onde há gralhas se fartando,
E um louco nos maltrata,
Se agora é em Tordesilhas,
Onde há trouxa além Brasília,
Mas é um Capo,
E o seu perjúrio,
Com seu escrache,
Em um lodo sujo.
…