VIVER COM CADA SENTIDO
A vida mormente é obscura,
Se os cegos estão a reinar,
E até que eles sejam procura,
O instinto terão de aceitar.
Mas o tempo se torna ciente,
Do que a mente vai imaginar,
Se há tato no cheiro pendente,
Para o seio lhes amamentar.
Não temos o dia de ontem,
Se apenas nos dói respirar,
E o futuro é algo distante,
Ou veloz como luz a vagar.
Só lá fora há claras nuances,
Dando cor a quem possa olhar,
Quando a noite oculta instantes,
Que dão formas para se criar.
Mas cada sentido importa,
E feliz é quem pode enxergar,
Pois querer tudo que nos exorta,
Só ajuda a viver e a sonhar.