ATÉ QUANDO SEREI IMPOSSÍVEL
Volto os olhos para as dimensões,
E no tempo eu me vejo num cais,
À procura de mais estações,
Onde o vento me ame bem mais.
Quero crer que um dia é possível,
Celebrar algo que goste tanto,
Ou até quando serei impossível,
Como a terra que está infartando.
Tudo agora está fora de lógica,
Pois o homem não mata por fome,
Mas apenas na sede analógica,
De quem vive como o sem nome.
Belzebu, Lúcifer e Cramulhão,
Podem ser ilações do mister,
Se vestimos as letras no chão,
Sem o adubo que a frase requer.
Muitos querem o que sobeja,
Sem ouvir a verdade que disse,
Pois o tempo é flor que não beija,
Como o pólen da minha velhice.
Sou careta, disseram pra mim,
Mas o certo é que tudo passa,
E quem acha que eu fui ruim,
Com certeza está fora da praça.
E no mundo, sou flor do jardim,
Mas eu sei que o vento me acha,
E desfolha o que é bom ou ruim,
Pra que possa estar fora da caixa.
Só que eu disse a todos daqui,
Que não quero viver com Pandora,
Porque o bem é poder dar de si,
E eu prefiro ter a paz duradoura.