RESTOS DA LOUCURA FINAL
Estando desnuda a estrela,
Eu vi sua imagem em cometas,
Mas tudo seria a centelha,
Se ainda houvessem gametas.
Mas isso foi posto de lado,
Pois nada surgiu por aqui,
Senão só a conta que pago,
Do gasto no seu botequim.
Mas ficou um resto no prato,
E não foi salmoura nem sal,
Por ser só a pele dos ratos,
Na sopa de um hospital.
Seriam os restos doentes,
Que vomitei no quintal,
Ou mesmo a estrela cadente,
Que vi quando fui animal.
Mas hoje eu vivo nas selvas,
Com pedras fechando o portal,
Subindo por campos em trevas,
Ao matar o meu ser imortal.
Parece loucura tão certa,
Mas tem a razão sem igual,
Pois o olho acima da testa,
Me diz que não sou recital.
Então, vivo a cada instante,
Sabendo que nada é igual,
Porque ainda sou navegante,
De uma nave em voo final.