ZÉ BENTO E TABOCAS
Vi Zé Bento cruzando a mata,
Só que era tarde e chovia demais,
Quando saiu de Ubaíra com a gaita,
E fez estrada com seus animais.
Em Jiquiriçá parou com as tropas,
Comeu requeijão, com broa e café,
E foi perguntar onde fica Tabocas,
E se era mais perto, para ir a pé.
Mas teve um lugar a ser lembrado,
Pois Toca da Onça lhe deu a mulher,
Se Dona Adélia estava ao lado,
Como aval pra o que der e vier.
E assim, foi morar em Três Morros,
Com sua fazenda de um temporão,
Caldeirão da Onça pedindo socorro,
Pois teve a seca cobrando perdão.
Então, viajou em busca de água,
Que tava guardada além do sertão,
Pois Itamari só chovia enxurrada,
E a lama guardava o cacau de então.
Por isso ele foi e criou sua família,
Com cana, alambique, cacau e café,
Deixou para trás até sua forquilha,
Pois a água dali já cobria seus pés.
A família Da Costa achou a Da Silva,
E juntas rumaram até o Manguinho,
Fincou descendência muito altiva,
E o suor foi somado ao carinho.
Mas tudo tem prazo e fica a saudade,
E assim foi Zé Bento, o Duda durão,
Que hoje é lenda de uma mocidade,
Seja em Itamari ou mesmo Corujão.