O ANTECIPAR DA VEZ
Sonhando com flores,
Me vi entre as coxas,
Cercado de amores,
E marcas tão roxas.
Proveriam de abraços,
Ou sombras do quarto,
Das noites que passo,
Na dor do resguardo.
Não sei se a prenhez,
Será igual às doenças,
Se machuca a quem fez,
Por gozar da indecência.
Mas a bola da vez,
Vem de cada estação,
Dos tabus e das leis,
Que modelam a ação.
Somos todos bandidos,
A roubar os corações,
No que só é pretendido,
Sem saber quais razões.
Mas certeza eu tenho,
De sermos narcisistas,
Pois diante do espelho,
Somos o melhor artista.
Só não tenho a coragem,
De me ver sem a camisa,
Que me permita a viagem,
Ou nos faz medalhista.
Mas lutar contra outrem,
Não creio ser salutar,
Pois se unir hoje e ontem,
Faz o amanhã ter lugar.
Pois quem soma realiza,
E difere no saldo que há,
Porque é o que profetisa,
E se antecipa ao sonhar.