ESCRITOS DE SANGUE
Estive pintado nas placas,
Que levam meu sangue escrito,
E escorre no meio das praças,
Que basta no tanto que grito.
Gritar vem de cada aventura,
Mas pode ser só desespero,
Se eu temo o visgo e gastura,
Encerrados no meu pesadelo.
Servirá para ser referência,
Do passado de guerra e apelo,
Mas é de salmoura a essência,
Da encosta do Monte Carmelo.
Foram lutas que não se esquece,
Mesmo quando uns negam a dor,
Pois só foi no temor da esse-esse,
Que o germânico viveu de terror.
Cada povo tem seus suicidas,
E nem sempre o tempo é senhor,
Pois se Hitler não fosse homicida,
Nossa história seria de amor.
Mas a lenda que fica do bunker,
Formulou inverdades guardadas,
E a miséria escondida do alcance,
De quem nunca viveu a jornada.
E o desdém ao sofrer das pessoas,
É o descaso do mal que perdura,
Com vaidades que nunca perdoam,
Quem prefere a dor e tortura.