SONHO EM PELO
Até quando eu me engasgo,
Sou cansaço em meu olhar,
Se mesmo em chão ou rasgo,
Vejo escaras no acordar.
Penso em cada pesadelo,
Pois há noites de terror,
Onde a curva e o desterro,
Não me servem de penhor.
Desde a Grécia há ostracismo,
E o banimento é o mais cruel,
Se é o desfrute de um racismo,
Nas muralhas sem o Céu.
Nesse mundo é tudo unido,
Sem ter canto ou quatro lados,
Pois no vento há sustenido,
Mesmo quando vejo os patos.
Pois o voo das esquadrilhas,
São baquetas de ambidestros,
Porque as asas só dão saídas,
Aos que tocam com maestros.
Sonho então estar em pelo,
Já desnudo em montaria,
Como um jato em desespero,
Quando o vento não é guia.
Mas a biruta é desmantelo,
E o cadafalso é uma agonia,
Porque a carta sem o selo,
É um escritor sem poesia.