A CURA NO ANDAR
Quero um exemplo,
Que me aprume pro Céu,
E servir de contento,
Às lágrimas de hoje.
Tanto que eu celebro,
Mas alguém é pesadelo,
E fere com o ferro,
O que nunca se resolve.
Como irei me curar?
Como o rio será mar?
Se represam emoções e a dor,
Se veneram ilusões do amor.
Onde foi que eu errei,
Se não sei me explicar?
Porque tanto sangrei,
Se nem sei me matar?
Alguns me toleram,
Mas não vejo esse lugar,
Vou tão cego pra lida,
Pois eu tenho de enfrentar.
São tantas valetas,
Que eu tive que passar,
Pois foi muita mutreta,
Que nem posso acreditar.
Onde estou, meu Senhor,
Se nem claro está?
E a caverna, Senhor!
Já não sei como andar.
Então, peço o seu zelo,
Que dê guia ao meu olhar,
E que apesar do frio labirinto,
Eu ainda ache o meu lugar.