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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos

RASTROS EM LUAS DE MEL

RASTROS EM LUAS DE MEL

 

Certo dia percebo ter rastros,

Pela estrada que seca está,

Eram marcas no seio do lago,

Que o sol lhe insiste queimar.

 

Só não vejo mais o meu gado,

Porque ele mudou de lugar,

Pois choveu além do cercado,

Com as gotas que vão recriar.

 

Toda vida na Terra é anseio,

Que depende do vento e o mar,

Ou do giro da estrela do meio,

Que só pode me ver ao luar.

 

Tudo cresce ou fecunda o solo,

Se a luz acha o seu bom lugar,

Onde sonhos são postos no colo,

Com as bençãos da Mãe Yemanjá.

 

Tendo caça nas mãos de Oxóssi,

No atributo que traz o manjar,

E este símbolo é algo tão nobre,

Que até Tempo e Exú vem jantar.

 

E assim vem a chuva faceira,

Nos brindar com a flor de Ewá,

A mostrar o arco-íris na beira,

Do meu lago pra todos pescar.

 

Vem Oxum e me vê de primeira,

Pois eu sou de Ogum e Oiá,

Ou até meu Xangô e a fogueira,

Serem o fogo que aquece o lar.

 

Desse jeito a floresta agradece,

E os bichos terão seu farnel,

Pois o meu ser humano floresce,

Quando a casa não for de papel.

 

Pois a vida mostra o compasso,

Dos cometas como um corcel,

Depois do passeio no espaço,

Onde passam as luas de mel.

Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 11/11/2021
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