DA ROSA AO CÉU
Enquanto eu busco meu rumo,
Floresce a rosa dos ventos,
Enquanto nos sonhos aprumo,
Os mapas de cada convento.
As rezas que guardo lá dentro,
Expiam as vidas que eu tive,
Se é que serei bom fermento,
Que nunca padece, pois vive.
Mas trago exemplos passados,
No trato que o tempo permite,
Porque essa vida é o reinado,
Do corpo que ainda persiste.
E a única certeza que abraço,
Vem de como pisar terra firme,
Ficando meus cascos no charco,
Até que a razão me confirme.
Eu vivo sob as tempestades,
Porque descobri as estrelas,
No tempo de minhas saudades,
Que mostram as luzes acesas.
Eu olho as nuvens escuras,
Mas sei que o Sol vai brilhar,
Levando pra todos a cura,
Que o homem ruim não nos dá.
Toda fama de uma cascavel,
Só mostra o veneno a matar,
Pois o amor eu chamo de mel,
Se a abelha me dá um manjar.
E a dor eu disfarço no fel,
Que a besta quer pro jantar,
Mas um dia, ao ir para o Céu,
Vou sem Judas a me enganar.