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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos

FORA DO PRUMO

FORA DO PRUMO

 

A idade do mundo me cobra ação,

Pois sou forja de tudo que faço,

E a verdade será como o chão,

Que, no fundo, define meu passo.

 

Certa fez eu revi a montanha,

Lá erguida e soberba por eras,

E o meu ancestral viu a sanha,

Do que hoje seriam quimeras.

 

Olho em busca de um belo horizonte,

Onde a montanha não mais está,

Porque o vento foi forte e marcante,

Levando a montanha no ar.

 

Onde tive desertos agora é mar,

E onde havia barco hoje é sertão,

Mas tudo isso levou-me a pensar,

Que o homem esqueceu o timão.

 

Mas algo está fora do prumo,

Como a vida depois de ser morto,

Pois não saberemos qual rumo,

Guiará tanto espírito de porco.

 

E assim, coitados são suínos,

Despojados junto aos demônios,

Porque não é somente os sinos,

Que nos embalam nos sonhos.

 

Hoje há dispensa da abelha,

Pois querem mel pelas coxas,

Mas não veem o Sol e a estrela,

Deixando as nuvens mais roxas.

 

Desse jeito eu não vejo amanhã,

Desde quando eu mato os dias,

Porque não há mente mais sã,

Se a vida é pressa e agonia.

Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 11/11/2021
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