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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos

A LATA E O LAR

A LATA E O LAR

 

O carro de lata cheirava a óleo,

E o nome Violeta estava no lado,

Cortada e pregada na tábua mole,

Que tinha molas sob o tablado.

 

E junto às molas ficava o arame,

Que logo seria o eixo das rodas,

Com o chinelo sem o meu nome,

Cortado redondo pelas bordas.

 

Era o brinquedo que ainda se achava,

Ou se tinha guris jogando bola,

Que era de gude ou meia enrolada,

Mas o que faltava servia de escola.

 

E tudo era técnica de aprendizado,

Brincar de peteca ou de se esconder,

Fazer as bonecas e até o penteado,

Durante as tardes e o anoitecer.

 

E toda manhã o café era a parte,

Em que mãe dizia pra logo orar,

Para agradecer toda felicidade,

Da noite e o dia nos abençoar.

 

Sofria quando estava a panela vazia,

Que não permitia viver de sonhar,

Mas se pão faltava ela logo pedia,

Inhame da roça para cozinhar.

 

E assim nós crescemos,

Mas o que não tinha preço,

Era o pouco que tivemos,

E que não mais esqueço.

 

P.S.: No último verso da última estrofe, que está na foto-texto, fiz uma correção, trocando "Mas" por "E". 

Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 05/11/2021
Alterado em 05/11/2021
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