O PASSADO QUE INVEJO
O PASSADO QUE INVEJO
Tudo no tempo tem época,
Inclusive as que vivemos,
Mas temos o hoje que evoca,
Esquecer o que tivemos.
Mas sou saudosista teimoso,
Nas birras de ser tão taurino,
E vou viajando em meu gozo,
Com olhar marejado e rindo.
No futuro ainda me aguardo,
Pois escuro eu vejo o amanhã,
Então, hoje somente eu passo,
Nos caminhos da febre tardã.
E me lavo nas sombras depostas,
Pelo Sol que me cega as manhãs,
E às vezes me lembro das prosas,
Que abordam meus sonhos de Pã.
Mas nem tudo me traz a saudade,
Porque nem sempre que escuto,
É o passado que invejo de tarde,
Pois a manhã talvez seja só luto.
Mas eu reafirmo a minha inveja,
Pois o que eu vivi não tem preço,
De ter montado corcel sem sela,
E tantas coisas que não esqueço.