JOGO QUE SE ANTECIPA
JOGO QUE SE ANTECIPA
Todos nós já ouvimos o apito,
Que se cobra agora ou no fim,
Mas saber se um ato é contrito,
Só o tempo dirá se é assim.
Cada regra me dita o rito,
Como se eu fosse um robô,
E sufoca o ar de meu grito,
Mesmo que mate o Sinhô.
Por que ser escravo maldito,
Não me faz ter menor valor,
E assim o destino é vendido,
Pelos dentes ou minha cor.
Por isso se tinha a mucama,
Sem vestes ou o celibato,
Serva ou sem ser puritana,
Como égua pega no mato.
Por isso não há bom ofício,
Num jogo que se antecipa,
Porque não sou quem explico,
A chuva que só precipita.
Pois só chover no deserto,
Não quer dizer que foi dança,
Até porque, mais que água,
A vida quer nossa esperança.
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 15/10/2021