UM TURVO CAMINHO
UM TURVO CAMINHO
Um certo dia no campo,
Fez sombra em meu olhar,
Na dúzia que era o ano,
E a verdade a me cercar.
Minha mãe aponta o dedo,
Indicando um passarinho,
Mas a mão e a ave não vejo,
Quando é turvo o caminho.
Desde então virei "quatro oi",
Para o escárnio de meu sensor,
Vi deboches até de um boi,
Ou quiçá de alguém sem valor.
E gracejam quando não vejo,
Achando que eu não entenda,
Se o contraste de colo e beijo,
São conflitos ou reprimenda.
Mas num cesto de cornucópia,
Cabe todo tipo de fruta,
E o mundo se vê na panóplia,
Mesmo quando ainda há luta.
Só espero que chegue a hora,
Como a estrela também finda,
E não haja senhor ou senhora,
Nem despeito que melindra.
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 01/10/2021
Alterado em 01/10/2021