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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos
MINHA BÚSSOLA

MINHA BÚSSOLA

Percebo sempre que acordo,
O inverso que conta o relógio,
Se me enxergo longe do bordo,
No caminho de cada nó górdio.

Minha bússola me lembra algo,
Que reparo em cada ampulheta,
Pois recusa a areia que guardo,
Escorrendo o grão da colheita.

Mas o sino me diz num badalo,
Que dobra também por Lucero,
E o destino me faz abestado,
Cobrando o futuro que quero.

Mas o lero de palavras soltas,
Só nos servem para claudicar,
Por não ter as letras e notas,
Para história que vou contar.

Porque letras cabem no canto,
Ou descobrem o véu do luar,
Se por elas conheço um santo,
Ou revelo um frágil calcanhar.

Foi assim com o jovem Aquiles,
Mas Eneida também quis mostrar,
Como fábulas do tempo de Osiris,
Pois em Tróia e Egito tem mar.

Só então velhos tempos se vão,
Ou escondem de nós o enredo,
Se no delta do Nilo há o grão,
E um barco de Argos dá medo.

Mas riqueza foi sempre a razão,
Que gerou guerras sem motivo,
Pois a cova só vale um tostão,
Se o morto é que vai ao jazigo.
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 29/09/2021
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