CENA DE BAR
CENA DE BAR
Eu estava sentado no bar,
Mesmo quando não chovia,
Ou até Pai Netuno ser mar,
No sertão da sede que havia.
Mas Deméter trará os odores,
Pelo frio que é fim do inverno,
E virá junto com suas flores,
Nos dilemas de cada caderno.
Sendo ode ou versos de dores,
Saberei escolher cada palco,
Lendo só as mãos de atores,
Ou de quem só assiste o ato.
Vejo a festa além dos Açores,
Porque ilhas são só chaminés,
Pois vulcões semeiam as dores,
Que sangram além das marés.
Chegam lavas pelas Canárias,
E relembro o calor em Pompéia,
Na fornalha de vidas lendárias,
Como enredo de prosopopéia.
Só assim vejo bicho ser gente,
Ou um povo na fila do pasto,
Dando sim ao boi delinquente,
Com argola que serve de arrasto.
São mistérios ou cena de bar,
Como a névoa de cada poção,
Que não diz o que vamos achar,
Mas o lema é ser solução.
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 29/09/2021