O ANDARILHO
O ANDARILHO
Sempre houve andarilhos,
Mas só um andou sobre as águas,
Porque num mar sem ladrilhos,
Foi cura de todas as mágoas.
Cada mente acolhe o que vê,
Mas poucas é que percebem,
Como alguém a olhar pra tevê,
Sem saber qual foto sucede.
Desse modo tivemos fascismo,
E até ressurgiram alquimistas,
Na ilusão de que sei o que digo,
Mas fui morto no campo nazista.
Ainda vejo marcas sangrentas,
Espalhadas no mundo antigo,
A dizer se um corpo aguenta,
Ou melhor é viver sem castigo.
As torturas de um maltrapilho,
São sequelas no alto da cruz,
Conflitadas no joio e no trigo,
Ao mostrar caminhos de luz.
Mas o mundo terá novo trilho,
Se o trem for cavalo andaluz,
Para crer que amar é possível,
Se nascemos sem pelo e nus.
Nós vestimos o que representa,
E as verdades são fótons de luz,
Como chuva também é tormenta,
Ou bonança que tanto seduz.
E assim o melhor andarilho,
Será sempre palavra de paz,
Numa prece a cada estribilho,
Seja aqui ou perante Caifás.
Nessa vida queremos ser tudo,
Dalai Lama, Jesus ou Maomé,
Mas os dias diferem no luto,
Pois a terra é que dita a Noé.
E a vida será só mistério,
Pois demonstra o existir.
É juntar cada luz e minério,
E pensar ou viver sem luzir.
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 16/09/2021