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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos
TORPEDO NOS ANDES

TORPEDO NOS ANDES

Em tempos de Andes no raso,
O mar chacoalhava a planície,
E os peixes sorriam no ocaso,
Dos barcos no pier de Alice.

As mil maravilhas não tinham,
Dez coelhos ou mil chapeleiros,
Mas penso em vulcões que haviam,
Nas bordas de um mar sem oleiros.

As cartolas que vi nas adegas,
Demonstram as castas mais nobres,
Porque as marolas são cegas,
Nos tremores dos solos que sobem.

Quando as placas se chocam,
As fendas e encostas se ferem,
E lançam os sinos que tocam,
Em torres que montes ingerem.

Esse é o destino dos Andes,
Depois de um torpedo atingir,
Crescendo a cada instante,
Fustigando o mar a subir.

Mas estou lá em cima agora,
E sobraram as conchas no cais,
Que tem o Condor por senhora,
Se o abismo não finda jamais.

Mas assim fito logo o Pacífico,
E as ilhas tão longe ou detrás,
Pois Galápagos é o meu circo,
Em que a tartaruga é demais.

Tão longeva e cercada de mar,
Até George tornou-se longevo,
Mas a vida quer perpetuar,
E gestar será sempre moderno.

Eu aprendo com a vida do mar,
Por saber que de lá sou libelo,
E depor a favor de sonhar,
Só será algo mais que mistério.

Entre as conchas e aves do mar,
Quero ser albatroz ou minério,
Se voando sou um dono a olhar,
Mas no chão deixo de ser estéril.
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 16/09/2021
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