NEM ABRA A PORTA
NEM ABRA A PORTA
Pensei que cultura era livro,
Mas um certo dia aprendi,
Que via de antropo é o grifo,
Servindo os dias que eu vi.
E ao escrever sobre o hoje,
Lembrei do que tanto ouvi,
E antes que algo me enoje,
Procuro entender sobre ti.
Rabusco as marcas no corpo,
Do jeito que a vida gravou,
Mas custo a aceitar o imposto,
Que é pago a quem é Senhor.
Queria dever só ao tempo,
Porque ele é dom de existir,
Pois flui energia no vento,
Que vejo, sem ver, só sentir.
E qual o sentido da vida?
Se isso pergunto ao mundo,
O qual sempre me convida,
A viver como um vagabundo.
Por isso prefiro os cometas,
Embora eu ame as estrelas,
Pois eles são como gametas,
Que nelas se tornam fecundo.
Mas só entender o humano,
Não é o bastante a saber,
Se há um soluço de engano,
Nas tramas do querer poder.
Assim, tudo é fingimento,
Nas teias do templo de alguns,
Sendo Presidente ou jumento,
Se a morte é lugar comum.
Somente não cabe a nós,
Sermos juízes do eterno,
Se o voo de cada albatroz,
Não se conhece no inferno.
Às vezes eu penso que Zeus,
Devia habitar com os homens,
Servindo a pedra aos ateus,
Que vivem como lobisomens.
Por isso nem abra a porta,
Para os vampiros de fraque,
Senão o sangue transborda,
Pois há capitães de araque.
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 19/07/2021