TERMAS ALÉM DE CARONTE
TERMAS ALÉM DE CARONTE
Permeio as eras recentes,
E vejo impérios passando,
E todos que são indigentes,
Em cada camelo andando.
Revejo o frio inclemente,
Nas bordas da era do gelo,
E cada marfim ou um dente,
No sabre dos tigres em pelo.
E haviam mamutes correndo,
Fazendo tremores no chão,
Sem termos poeira varrendo,
Se a chuva trazia o trovão.
Eram indomáveis coriscos,
Rasgando as nuvens do céu,
E muitos chicotes ariscos,
Qual fósforo em um fogaréu.
Assim conheci o aconchego,
Sentindo um calor humano,
Nos idos de César e do medo,
Colhendo o Senado romano.
E hoje, eu tenho saudades,
Das termas que tive no front,
Em dias de muitas vaidades,
E o vinho além de Caronte.
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 14/07/2021