TUDO QUE VI
TUDO QUE VI
Já não mais estava em casa,
Mas num mausoléu de sonhos,
E tudo que vi não casava,
Pois algo havia de estranho.
Mas logo eu vi o meu leito,
Que não era mais o meu quarto,
E vi muitos tubos sem jeito,
E as mesas sem ter um prato.
Foi então que olhei para todos,
Percebendo só lágrimas cair,
Em um choro doído nos rostos,
Comovendo só não ao Jair.
É incrível ver longe meu povo,
Pois de perto ninguém anda mais,
Pois a vida tem regras de novo,
A dizer que não somos normais.
Pois normal é sentir dor e frio,
Ou calor e até mesmo alegria,
Mas de fato vivemos sem brio,
Se gozamos até de pandemia.
É um tal de dizer que nem liga,
Ou que todos iremos morrer,
Mas será imorrível a urtiga,
Se no chão ela nem vai viver?
Então, digo a quem me conflita,
Saiba que já morri desde antes,
Pois aquele que não acredita,
Me matou quando vi adiante.
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 30/05/2021