SONHOS ALÉM DO ARPÃO
SONHOS ALÉM DO ARPÃO
Sozinho ainda revoa meu sonho,
Depois que avisto o bom pescador,
Naquele barquinho no mar medonho,
Buscando nadar como peixe que sou.
As cores do mar vêm do arco-íris,
No brinde do Sol pelas gotas revoltas,
E o vento salpica no olho de Osíris,
Na lágrima que finda nossas vidas loucas.
Na água do mar lavo os pés e a praia,
No sal germicida que cura a dor,
E a onda que achar traz siri e arraia,
Na minha jornada no Arpoador.
E o nome que disse me lembra o canto,
De dor das baleias feridas de arpão,
Mostrando que homens não sabem o encanto,
De ter um mamífero que não toca o chão.
Pois dá de mamar no vão do oceano,
De polo a polo rasgando porões,
Nas águas profundas que são o profano,
Lugar de sereias e das emoções.
Mas esse colostro nos cobra atitude,
Além do respeito à vida gestada,
Mesmo que precise da nossa virtude,
É de nossa mão o afago da alma.
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 27/05/2021