A FALA QUE MORRE
A FALA QUE MORRE
É dura a fala de quem vê a morte,
Porque é vítima da torpe política,
Sendo assessor de um esnobe,
Mas que é imune a quem critica.
É triste a falta de ar quando fala,
E todo cansaço da voz em lamento,
Pois diz se acontece a quem cala,
Ou pensa ser Deus no tormento.
Mas nós precisamos de lucidez,
Vivendo conforme a realidade,
E nunca caindo no conto da vez,
Que só facilita ter fatalidade.
Assim foi a vida na idade média,
E muito morreram na torpe fogueira,
Seja na peste que não foi comédia,
E até o animista ou bruxa rameira.
Mas Torquemadas vivem de novo,
E os corpos definham na pira,
Pra queima dos sonhos do povo,
Na morte que ainda transpira.
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 24/05/2021