AS FLECHAS E O SAL
AS FLECHAS E O SAL
O Sol me banha de dia,
Enquanto a Lua é calma à noite,
Mesmo que um seja a boa agonia,
Que nos oculta estrelas e açoite.
Mas a graça está nos que cruzam,
Pois toda luz se congrega e turva,
Nas levas de fótons que abusam,
Em surtos de velas na encruza.
E assim os segredos gracejam,
Se as flechas de fogo trepidam,
E os sonhos da chama planejam,
O encontro das cinzas que gritam.
Ou os corpos serão sempre múmias,
Onde os panos de ontem as chagas,
Como sombras que chegam tão fluidas,
E escondem o frio das estradas.
Mas ainda teremos pirâmides,
No afã de centrarmos a força,
Da qual selaremos unânimes,
As caixas além de Pandora.
Pois o mal será bem se quisermos,
Colher do que quero plantar,
E o sal garantir os invernos,
Com o charque que eu desejar.
☀️🏹🌘
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 21/05/2021