ÓDIO GRATUITO
ÓDIO GRATUITO
Acordo nos trinta segundos que faltam,
Não sei se há tempo de pedir perdão,
Pois vejo o patíbulo na beira do mastro,
Ou seria a proa tombando no chão.
Meu barco navega até sem ter água,
Porque foi levado no mar de um vulcão,
Mas não sei porquê o fogo não traga,
Se o meu sofrer já não é solidão.
Pensei que dormia, mas foi pesadelo,
Por isso acordei antes de um minuto,
E a cada explosão de lava no cabelo,
Me diz que o sufoco será o meu luto.
Foi nessa viagem que perdi a sereia,
Que sempre dizia como ser no mar,
E vi pela praia as mortas baleias,
E já nem consigo até mesmo sonhar.
É tanta hecatombe tragando minh'alma,
São tantos vampiros a me espreitar,
E mesmo a fé que mantém minha calma,
Se vê fustigada de tanto apanhar.
Queria entender cada ódio gratuito,
Que surge em cada canto que vejo,
Será que brotou de modo fortuito,
Ou serão tragédias como Saravejo.
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 30/04/2021