CHAPADA DE AMAR
CHAPADA DE AMAR
Tinha uma casa e um jatobá,
Bem no caminho daquela escolinha,
E Ituaçu já ficou bem pra lá,
Pois o caipira cozinha a galinha.
Tinha cachaça com mel no lugar,
E na cabana sou sombra sozinho,
Mesmo com a gente a veranear,
Mas minha alma quer um cantinho.
Eu tive a sorte de lá passear,
E o convite me fez conhecer,
Pois Albercinho é bem do lugar,
E fez Phelipe pra me receber.
Naquele tempo o dom foi salvar,
Pois as estradas são traiçoeiras,
E quase levam os amigos de lá,
Mas quis Jesus eu ver Mangabeira.
E foi assim que cruzei pela gruta,
Na caminhada que faltou açúcar,
E pra jornada seguir como luta,
Tive um socorro pra continuar.
Dona Tereza serviu o café,
Que eu só tive naquele lugar,
Para deixar que eu até vá a pé,
Pela Chapada que me faz sonhar.
Então deixei a cachaça e Sardinha,
No alambique que fica por lá,
Descendo até Ibicoara à noitinha,
Pra ter com Ana e Son no jantar.
Pois Buracão, Licoury, Fumacinha,
Todas me chamam para me banhar,
Com os mistérios e a lembrancinha,
Que ainda guardo em um altar.
Pois todo dia eu oro e agradeço,
O que Deus permitiu-me olhar,
Mesmo sabendo que não mereço,
Mas vou na trilha buscando amar.
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 29/04/2021