O MAR E O SOFRER
O MAR E O SOFRER
As pérolas ainda estavam ocultas,
Naquele mar tão profundo e de luto,
Nos mesmos corais das Bermudas,
Onde o vale abissal dava susto.
O espanto estalava em vulcões,
Que rasgavam o ar das baías,
No encanto que guarda emoções,
Navegando no mar das Antilhas.
E assim é a viagem pirata,
Entre naus e navios mercantes,
Onde a pesca traz ouro e prata,
E guerras entre os navegantes.
Foi assim que fui rêmora,
A nadar junto aos tubarões,
Fui mais vela do que teorema,
A singrar mares de emoções.
Mas também sofri como Joana,
Na ravina perante os bretões,
Jogado à fogueira que queima,
Sendo lenha em grande clarão.
Padeci igual Soror Joana,
Já cansado de tanta opressão,
E sangrei com os gládios da fama,
Nas arenas da Roma de então.
Se pudesse mudava a história,
E contava as dores do povo,
Diferente do que é memória,
Que registra a voz do engodo.
Pois os livros retratam a vontade,
De quem busca domínio e poder,
E nos molda com falsas verdades,
Porque servos precisam temer.
Até quando acordar meu rebelde,
Ou não ter mais a venda no olhar,
Nem mordaça por ser da plebe,
Ou a braga que impede andar.
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 19/04/2021