LIMBO OU OLIMPO
LIMBO OU OLIMPO
Depois de mil anos no escuro do tártaro,
Descubro um riacho como o meu céu,
E o frio que acho flertando meu lábaro,
Destoa lá embaixo onde há fogaréu.
Foi onde Hefesto forjava seu aço,
Ofertando a Perséfone um anel,
No calor que demonstra seus traços,
E resguarda o valor de um farnel.
Só então é que surge um sátiro,
E um corisco Perseu vê no céu,
Pois um raio no escuro é tão sádico,
Se o clarão é uma noite sem véu.
Foi assim que Hades se mostrou,
Já brigando com Zeus, seu irmão,
Fez no mar o que o chão não deixou,
E roubou de Poseidon um tufão.
Essa estória pode ter mil verdades,
Pois as eras só deixam os vestígios,
Quando há filmes que dão saudades,
Pois provocam folclore e suspiros.
E assim vou sonhando nas noites,
Protelando o calor que agonia,
Se o deserto me cerca de açoites,
Desde quando foi mar algum dia.
Foi assim um instante no Olimpo,
Mas podendo ser de dez mil anos,
E revelam aos humanos meu limbo,
Que percorro nas vias do engano.
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 16/04/2021