ALÉM DOS TREZENTOS
ALÉM DOS TREZENTOS
Um dia a história foi Peloponeso,
Porque lá morreram trezentos,
E Esparta mostrou todo peso,
E viu Leônidas em tormentos.
Disseram todos que foram pra lá,
Que só com união venceremos,
Pois os inimigos defloram o lar,
De quem não enfrenta ao menos.
E assim foi no antes,
Mas hoje, o que temos?
Pois não há Cervantes,
Nem São Nicodemus.
E os ciclos repetem as eras,
Seja de clima ou caprichos,
E mesmo com tantas feras,
Ainda não há armistícios.
E nesse abril serão quatrocentos,
No triste milhar de almas perdidas,
E no Brasil só terror e tormentos,
Irão celebrar a dor das feridas.
Mas tudo ainda vem no desdém,
Pois um vira-latas é rei no agora,
E se resolve viver por alguém,
É dando careta a quem deplora.
E assim vai saúde e a educação,
Queimam florestas e passam boiada,
Se acha doutor que adoece a nação,
No lema que lembra a morte almejada.
Somente acordados e a refletir,
Faremos um escolha melhor,
E duvidaremos sem nos iludir,
Para não votar em algo pior.
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 09/04/2021