CAIXÕES E LIBERDADE
CAIXÕES E LIBERDADE
Tivemos sarcófagos para morte,
Que hoje tem nome de caixões,
Mas corpos que não tem a sorte,
Agora se vão nus ao chão.
Não há mais vagas para guarda,
E os jardins nem são de saudade,
Se a morte já chega e resguarda,
O fim do que seria a verdade.
Todos se achavam imortais,
E nem pensavam ter fim,
Mas sim que teríamos portais,
Para conviver com serafins.
Mas cada delírio me acorda,
Enquanto a sirene se esgota,
E vejo o carro que ainda capota,
Enquanto o hospício implora.
Devemos parar com a tormenta,
De não entendermos quem vive,
Pois sem o vigor resta a crença,
De que aprendemos ser livres.
Mas só liberdade não presta,
Se não sabemos usá-la,
E tudo que ainda nos resta,
Liberta ou nos leva pra vala.
Por isso, meu bem, seja vida,
E nunca trabalhe pra morte,
Senão ela um dia convida,
E nem lhe adianta ter sorte.
📿🏺⚰️⚱️🔮
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 05/04/2021