O SENTIDO DE NAÇÃO
O SENTIDO DE NAÇÃO
Nesta noite, que abre o último dia de março, num exato momento que completamos 57 anos de uma ferida institucional brasileira, como outras tantas que fazem do nosso histórico político uma colcha de retalhos, pois tivemos muitas etapas, venho aqui para tentar relembrar:
Começamos a mais de 40 mil anos atrás, com a chegada de várias levas de povos oriundos da Ásia, que acessaram o continente americano pelo Estreito de Behring, e que lentamente chegaram à parte mais ao sul, em variados momentos e grupos étnicos;
Tivemos depois a chegada de incursões de povos europeus e até asiáticos, via oceano, até que houve o marco colonizador dos portugueses, que daqui se apossaram e o fizeram com chacinas intermitentes dos povos que aqui estavam. Ou seja, o genocídio já era uma prática que teimam em reviver eventualmente;
Depois disso, houve uma ruptura institucional e a Espanha tomou posse por cerca de 80 anos, se aproveitando de sucessões nas realezas que uniam Portugal e Espanha;
Após Portugal retomar as rédeas, houve nova fissura no principiar do império brasileiro, que também sucumbiu em traições, desaguando numa republiqueta de conluio entre MG e SP;
Ou seja, aqui é golpe sobre golpe, onde desfilam subgrupos da elite econômica, com o suporte de grupos teocráticos e de confrarias.
E quando Portugal se viu sufocado pelas hostes francesas, mostrou uma fraqueza também como tutor colonial, donde vem novo golpe, agora de cunho familiar, em que assume Dom Pedro I e seu Império;
Mas vem a "balbúrdia" dos ventos libertários contra a escravidão negra, e novamente a elite dá golpe, fingindo uma alforria geral, sem direito a escola e a propriedade, e instauram a república, que apenas é uma cena de teatro, com a cortina que não deixa perceber que "tudo é como d'antes, no quartel de Abrantes";
Daí vem a república café com leite, dos coronéis, latifundiários e industriais, deixando o País à mercê de SP e MG, esquecendo o restante. E a merda era tanta que deu espaço para o tenentismo e a chegada de Getúlio Vargas ao poder, que durou "uma eternidade".
É depois de um breve suspiro de democracia que voltam os militares a reinar por 21 anos.
E agora, em pleno 2021, eles vislumbram voltar ao poder, na sombra de uma possível ruptura institucional, que se mostra pelo abuso de mentiras e ardis (vide Fake News), que tentam convencer a opinião pública de que seja a melhor solução.
Acontece que hoje o acesso à informação é abrangente, seja pelo avanço tecnológico ou pelo estágio de globalização em que nos encontramos. E, ao tempo em que temos esse acesso, estamos expostos aos rackers e a muitas armadilhas virtuais.
Ficamos reféns de agentes formadores de opinião, de índole duvidosa, e de políticos inescrupulosos, que buscam se perpetuar no poder.
Afinal, há que ache que tudo que se replica na Net ou no Google é a pura verdade. E acontece aquela máxima, de que uma história contada de ouvido a ouvido sempre chega desvirtuada no final.
Muitas vezes o indivíduo vive de uma fama que não retrata a realidade, como é o caso de policiais e juízes, os quais sofrem achaques constantes por serem agentes públicos que gravitam no ambiente das leis. O povo os taxa sempre de estarem envoltos em corrupção, sem perceberem que esse modo de agir está a ferir toda e qualquer atividade profissional, seja pública ou privada, que começa às vezes dentro dos lares.
Enfim, qual é mesmo o sentido de nação? Aprendemos que deve ser um espaço territorial onde habitem indivíduos que partilhem vários fatores, como vínculos culturais e propósitos sociais convergentes, podendo agregar grupos étnicos diversos, que interajam com harmonia, seja por entendimento social, político, militar ou religioso.
Assim, irmanados num mesmo front, essa nação tende à prosperidade e a paz.
Fica a pergunta: você se acha assim no Brasil?