FUGA DA DOR
FUGA DA DOR
Cada vez que acordo,
Eu procuro por luz,
Pois com ela concordo,
E também me conduz.
Na noite que perdura,
Eu provoco os cometas,
E levito na altura,
Percorrendo as estrelas.
Eu procuro o acordo,
Sou Arthur numa távola,
Procurando um conforto,
Ou sentado na escada.
Pois faltava a poltrona,
Ou o banco da praça,
Ou a cama de lona,
E um cocho de palha.
Mesmo assim tenho braços,
Do meu primeiro amor,
Pois meu colo é o regaço,
Em que curo minha dor.
Ser Narciso é o pedaço,
Que me tira o pudor,
Pra depois ir ao espaço,
Procurar novo amor.
Para amar-se primeiro,
Fuja do que lhe traz dor,
Não sente em formigueiro,
Nem abrace o Censor.
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 08/03/2021